Um casal manteve uma relação conjugal por dez anos sob o regime de comunhão parcial de bens. Ao longo do relacionamento, adquiriram um imóvel financiado, um automóvel e mantinham uma conta bancária conjunta. Não tiveram filhos e, ao decidirem encerrar o vínculo conjugal, optaram por realizar o divórcio de forma consensual. Buscando uma solução prática, escolheram seguir o caminho do divórcio extrajudicial, procedimento previsto em lei para situações em que não há filhos menores ou incapazes, e há consenso entre os cônjuges. Para conduzir o divórcio, as partes recorreram a um advogado mediador, com formação jurídica e habilitado para atuar em procedimentos autocompositivos. Durante as reuniões de mediação, foram discutidos temas como a titularidade do imóvel, a continuidade do financiamento, o destino do veículo e a divisão do saldo bancário. As conversas ocorreram em ambiente colaborativo, com escuta ativa e orientação técnica, permitindo que as partes compreendessem as implicações jurídicas de suas decisões. Após alguns encontros, foi construído um acordo: o imóvel permaneceu com Ana, que se comprometeu a quitar integralmente as parcelas restantes do financiamento; o veículo ficou com Roberto; e o saldo bancário foi dividido de forma proporcional ao que cada um havia contribuído nos últimos dois anos. Com todos os pontos resolvidos, o acordo foi redigido em formato de escritura pública de divórcio, registrada em cartório, conforme o artigo 733 do Código de Processo Civil e a Lei nº 11.441/2007. O procedimento foi concluído sem necessidade de judicialização encerrando o conflito de forma rápida e sem litígio entre o casal.